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sexta-feira, 11 de março de 2011

Capítulo 17

É interessante notar como os místicos, ascetas, filósofos da escola estóica se desprendem (por vontade própria) do corpo e da alma, com sua indiferença volitiva e afetiva para o mundo.
Observamos ao longo dos anos, pacientes que após um uso prolongado de psicofármacos, apresentavam inquietação motora e uma incapacidade de manter posições.
Os casos resultantes das doenças neurológicas eram surpreendentes, esses pacientes apresentavam movimentos lentos, ondeantes e irregulares, chegando a atingir o pescoço deles, a região interior da face e a língua.
Nas doenças neurológicas, vimos casos estranhos em que os movimentos do indivíduo não se prestavam a qualquer finalidade e com um caráter explosivo, de preferência isso ocorria na face e língua.
Aqueles jogadores estavam com uma contratura muscular intensa e involuntária, cada um implicado com sua dor num determinado músculo do corpo.
Com seus ataques súbitos de grito e inquietação, aquele paciente da enfermaria ainda por cima andava arrastando os pés, que estavam “paralisados” sobre o solo, ele não tinha comprometimento orgânico, mas apresentava esse sintoma.
Um paciente que vi sair do hospital, evitada apoiar o peso do seu corpo sobre os pés, parecia que ele estava andando descalço sobre “areias escaldantes”.
Aquela senhora andava no hospital com passos curtos, atrás dela vinha uma jovem também com os mesmos sintomas, com passos curtos e irregulares – numa marcha de pequenos passos.
Aquela medicação prolongada o levou a ter rigidez, tremores e uma dificuldade de deglutição com um acúmulo de saliva na boca.
“Nunca mais vi José, relata a mãe do paciente, de vez em quando eu o via na rua de casa, mas ele tem o costume de andar a esmo, “viajar” e “desaparecer de casa”, tenho medo do que possa acontecer com ele.”
“Conheci um paciente que utilizou por muito tempo psicofármacos, principalmente um neuroléptico, ele passou a ter tiques múltiplos, vocais, algo semelhante a uma síndrome ai...”
A expressão do “eu quero” ou “eu não quero”, define o ato volitivo e a base disso são as razões intelectuais (motivos) ou as influências afetivas (móveis) que agem sobre esse ato.
“Esses pensamentos me deixam encabulado, não os consigo controlar, eles são espontâneos, automáticos, a minha consciência não acompanha esses pensamentos e lembranças”.

Termos utilizados: Ataraxia, Acatisia, Atetose, Coréia, Espasmos, Hemiplegia Histérica, Marcha nas polineuropatias periféricas (álcool, arsênio), Marcha nos quadros pseudobulbares, Parkisonismo medicamentoso, Poriomania, Tourrete Tardio, Nobre de Melo, Pierre Janet.